DECEPÇÃO

Decepção... Uma palavra pequena, mas que aflora tantos sentimentos, trazendo muita indignação, descrença, desesperança, desespero, tristeza, desencanto, dor e outros...

Mas, infelizmente a decepção faz parte de nossas vidas.

Desde quando nascemos, somos bombardeados por muitas decepções. No ato no nascimento, a decepção é inconsciente, somos expulsos pelo ato natural da vida e a decepção de sermos tirados daquele ambiente tão quentinho, o qual recebíamos alimento, acalento e após a saída, o ar frio entrando pelas narinas, os tapinhas do médico nos forçando a respirar por conta própria e para comer, temos que aprender a sucção, a fazer força para chorar por alguma dor, fome ou qualquer desconforto e agora, temos que aprender a viver, pois ela, a decepção, nos rodeia de todos os lados.

Na infância, a decepção de um pirulito tomado, uma careta que nos amedronta, um susto que querem rir às nossas custas.

Maiores, a decepção de não ter a permissão de brincar na rua, de receber uma mordida ou chute de algum coleguinha.

Na escola, a vergonha do grito da professora, ecoando nosso nome nos quatro cantos da sala, por uma tarefa esquecida ou ato de indisciplina.

Na adolescência, o “não” da garota ou do garoto, e muitos outros milhares de “não” que ouvimos na vida.

Na vida adulta, meu Deus... Quantas decepções...

Alguém que você confiava, um amigo, parente, alguém que você não esperava...

Decepção nunca está longe da gente, quando menos esperamos, ela está a um palmo de nosso nariz, fazendo com que aprendamos mais uma vez, com seus atos injustos e inesperados.

Cuidemos de nosso interior e esperemos que ela venha, pois mais cedo ou mais tarde, ela vem e temos que estar preparados, sim, preparados para recebê-la.

Petrifiquemos então um pouco nosso coração, a ponto de não machucarmos tanto com ela.

Principalmente quando amamos, é uma espada que entra, perfura a pela, entra na carne, perfura o coração e vai entrando até chegar no mais profundo da alma...

Um dia olhemos no espelho e como o poema: “Retrato” de Cecília Meireles, “Eu não tinha este coração que não se mostra”... Sejamos assim...

Melhor por vez, não ser mostrado mesmo, pois assim, as decepções podem ser mais amenas.

Aprendi muito com a vida, antes de dizer sim ou não, temos que pensar, pensar e repensar nossas decisões, para não termos decepções ainda maiores, a que teríamos e sempre esperar que aconteça, pois o ato inesperado, causa maior ira e profunda dor, acompanhado de mágoas, desespero, complexos e ódio, podendo morar em nosso interior involuntariamente por muitos anos, ou até a sepultura.

Se ela veio e foi embora, sempre a espere voltar, pois ela nunca fica fora!!

Ela dorme conosco!!

Não desligue a “campainha”, pois entrar pela porta sem avisar é pior, ela não avisa, mas se sua “campainha” estiver ligada, sempre haverá quem a toque para avisar que está chegando.

Um beijo.

WILLIAN GILIO
Enviado por WILLIAN GILIO em 04/12/2011
Reeditado em 03/04/2012
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