[Tramas Sertanejas da Vida]

Terra, terra... poeira vermelha, pegajosa...

No imenso chão de Goiás, eu respiro o futuro

que haverá de me salvar da raleira de vida!

Ruas... ruas e bares, promessa de uma noite grande,

muita cerveja gelada, sem parar, sem parar...

Manta de carne coberta de sal grosso

chia no calor das brasas do fogo-de-chão...

Olho...olho... o Rio Paranaíba é eterno,

e as épocas vividas se desfolham todas...

Vejo no espelho do Paranaíba, "A Estrada da Vida",

a trilha de sonhos que me trouxe até aqui,

e que me levará, num certo dia que será para sempre.

Cai a tarde, e a lua cheia nasce de trás dos montes de Minas,

e então, a "Saudade da Minha Terra" me sufoca.

Eu, perdido, solitário na grande noite de Goiás,

Eu, "Amargurado" com a inesquecível perda do amor,

vou tentar remediar esta minha dor em outros braços,

vou lá para a "Boite Azul", até o céu clarear.

E quando o Paranaíba se azular

na luz ainda pálida da manhã nascente,

eu voltarei para casa, para os lençóis frios,

tentar acalmar no sono as difíceis tramas da vida.

[Penas do Desterro, 05 de dezembro de 2011]

Carlos Rodolfo Stopa
Enviado por Carlos Rodolfo Stopa em 13/12/2011
Reeditado em 13/12/2011
Código do texto: T3386747
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