Um adeus indesejado.

Eu tinha tanto para lhe dizer, meu bem. Os dias foram passando, e as coisas foram sendo deixadas de lado, eu sei. Deixei de lhe dizer o que se passava dentro de mim. Deixei de me importar com as coisas pequenas que aconteciam entre nós dois. Nossas promessas de amor deixaram de ser cumpridas, e não sei se a culpa foi sua ou minha. Acho que nos afastamos de nós mesmos conforme o tempo foi passando. Lembro-me do dia em que seus dedos entrelaçaram aos meus, e eu perguntei-lhe se você já tinha pensado sobre o futuro.

- O que você vê? - indaguei, de forma inocente, diante seus lindos olhos negros e seus lábios de formato tão suave, quase implorando por um breve encontro com os meus.

- Você - ouvi sua voz sussurrando em meu ouvido, fazendo meu corpo se arrepiar inteiramente, da forma como só você sabia fazer - Eu vejo você.

Lembro-me das tardes frias em que você me aquecia, das brincadeiras que costumávamos fazer, dos risos fáceis, da forma como compartilhávamos segredos e palavras doces, das noites quentes que se tornavam ainda mais quentes ao seu lado. Lembro-me da primeira vez que discutimos, e de como tudo terminou bem, com um beijo apaixonado que só nós dois sabíamos trocar. Lembro-me dos seus braços ao redor do meu corpo, protegendo-me de qualquer coisa que pudesse me fazer mal. E não consigo me esquecer de como era bom ter você ao meu lado.

Ainda ouço sua voz sussurrando um “eu te amo” sincero em meu ouvido, e pergunto-me por que as coisas têm de ser assim: começar tão bem e acabar tão rápido. Ainda me lembro do tom da sua voz, do seu riso fácil, das suas lágrimas sinceras, do seu jeito de fazer o meu coração bater rápido de mais. Lembro-me de tudo.

E, quando chega o fim da lembrança, quando me lembro da última vez em que meus olhos se cruzaram com os seus, sinto o meu coração batendo mais fraco, quase como se tivesse perdido uma parte. E perdeu, sim. Perdeu você.

Arrependo-me amargamente por ter te deixado ir, sem dizer nada. Sem te dizer nada sobre o quanto te gosto, o quanto te quero por perto, o quanto te preciso. Porém, eu sei que, se pudesse voltar no tempo, se eu pudesse reviver tudo que passamos juntos, eu te diria todas as palavras que eu salvei em meu coração, todas as palavras que eu deixei não ditas… E, limpando suas lágrimas sinceras e tortas, voltaria a te fazer sorrir.

Raíssa César e Letícia Loureiro
Enviado por Raíssa César em 16/12/2011
Código do texto: T3392407
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