Grandes desejozinhos
Mergulhar na água doce e limpa do Rio Grande.
Arfar a brisa da manhã, curtir o vento que lambe.
Deitar num jirau, ver o clarão do sol inflamado.
Sua luz quase não incomoda, enquanto os olhos estão fechados.
A molecada correndo, num misto de êxtase e ternura.
Carne assada, de segunda, mas tem que ter gordura!
Linguiça cabo de reio, fazendo aquele fumaceio...
Cerveja gelada. E a marca? Tanto faz.
Cigarro de palha paulistinha. Um já é demais.
Quero-quero, sabiá, martim pescador e joão-de-barro:
É a charanga dos passarinhos, afinados em descompasso.
Às vezes quero tudo, até ter vida de rei.
Mas tendo um pouquinho de paz.
Muito feliz serei.