" Se alguém vai e volta da sua vida incontáveis vezes, nem sempre significa que há ainda algo pra ser vivido. "

É que eu não sei muito bem quando uma história chega ao seu máximo, ao seu fim. Eu não sei quando perceber que tudo o que havia pra acontecer já aconteceu. Se alguém vai e volta da sua vida incontáveis vezes, nem sempre significa que há ainda algo pra ser vivido. Às vezes é só teimosia. Tédio. Falta de si mesmo. Mas a gente se acostuma tanto a viver, a sonhar, a idealizar, a acreditar naquela história, e que ainda há resquícios perdidos, lembranças que podem reacender sei lá o que, que acaba mesmo é se perdendo da realidade, e vivendo só com o que a gente pensa que é, que existe.

Eu já chorei tanto por essa história, que nem sei se ainda vale a pena. E eu nem consigo mais chorar, por mais que eu tente. E eu tenho tentado, porque assim eu vou saber exatamente o que tudo isso significou e ainda significa pra mim. Mas eu não alcanço a dimensão de tudo isso. E eu juro que tenho tentado deixar tudo pra trás, mas não se desfaz assim tão fácil de quase sete anos de ilusões e lembranças escassas, mas que me fizeram sentir sei lá como. Como eu nunca mais consegui me sentir ao lado de ninguém.

O que tá pesando na minha vida é que eu tenho escrúpulos, vergonha na cara e sentimentos a balde. E eu não queria mesmo ser diferente. Queria era que ele fosse diferente. E isso é um erro, e sou eu que vou sair machucada dessa história.

Esvaziar a cabeça. Ou encher de outras coisas. Eu queria era forçar o tempo a passar mais rápido. Eu sei que vai ficar tudo bem. Só tenho medo é de que meu coração e transforme em medo, e se feche, e se perca, e perca a capacidade de ser e sentir amor algum dia.