Todas as direções possíveis me levam ao Amor à vida

Todas as direções possíveis me levam ao Amor à vida.

Não somente ao quase “mesquinho” amor à minha própria vida.

Não somente ao quase “despótico” amor a vida de meus filhos, familiares ou amigos, em especial ao amor aos meus filhos que é biologicamente natural e selecionado, o que não o diminui em nada, em beleza e sentimento, porém limita-o frente ao amor à vida como natureza, significado, substância e como realização.

Não somente ao quase “caridoso” amor para com aqueles mais necessitados que conheço ou que venha a perceber ao longo da experimentação do meu viver.

Todas as direções possíveis me levam ao Amor inequívoco pela essência e pelo conceito da vida, em toda a sua simplicidade e complexidade, em toda sua força e fragilidade. Aquele sentimento consciente, racional e crítico de Amor por algo que de um salto biológico, trouxe complexidade ao simples, elevando-se à um replicador biológico onde naturalmente era apenas um algo físico-químico, e que no decorrer de longos bilhões de anos, por erros de cópia e mutações sucessivas fez-se variado e cada vez mais especializado, e que por seleções naturais e sexuais, e também por simbiose e mais recentemente por seleções artificiais fez-se quase infinitamente múltiplo e adaptado a todos os rincões de nosso planeta, criando nichos ecológicos mesmo nos mais impensados ou improváveis locais.

A vida, assim, fez de nosso planeta um complexo e integrado grande nicho ecológico.

Muitas vezes somos cegos a este Amor, que para mim é o mais puro, o mais importante e aquele que abre caminhos para os outros subtipos de Amor, mas que sem este Amor à vida não passam de mera teatralização de algum Amor, sob forma de ritual, pela necessidade social de parecermos humanos. Amar, sem Amar a vida, é como viver, sem realizar a própia vida que nos permite por derivação, Amar.

Todas as direções me levam ao amor à vida, ou pelo menos todas as direções me permitem conhecer melhor, chegar mais perto e mais firmemente construir meu Amor pela essência, ainda misteriosa, da vida.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 15/01/2012
Código do texto: T3442360
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