Somos moldados, em parte, pelo sofrimento que passamos

Tudo o que experimentamos ao longo do presente de nosso passado, molda-nos um pouco hoje.

Isto não significa dizer que somos hoje somente o reflexo social do que passamos.

Somos sim parte do que experimentamos, do que sofremos e do que realizamos, entretanto somos também parte do que nascemos, mas não podemos esquecer que somos também, em parte, o que sinceramente desejamos ser, e o que disto decorrente, construímos.

Nosso passado marca e molda nosso presente, mas seria uma injustiça enorme para com o realizar de nossa humanidade, da qual somos resultado, relegar ao nada, nossa capacidade de transformação, de desconstrução e reconstrução de nosso existir e de nosso viver.

Nossa mente é plástica e isso é uma grande descoberta neurológica, somos à noite diferente do que ao acordamos, somos impressionáveis sim, mas somos também capazes de atuar em nosso cérebro por vontade, esforço e construção. Estamos continuamente redesenhando nossos circuitos neurais, e parte deste redesenho ocorre por nossa vontade, por nossos desejos, por nossas escolhas, por nosso trabalho e experimentação.

É, pois, chegado o momento de tomarmos, pelo menos em parte, as rédeas de nosso contínuo redesenho neuronal. Que ele ocorrerá é um fato, que pelo menos seja em parte direcionado por nossa vontade, nosso querer e nossa ação direta.