Sobre o tempo

Observo o tempo a me cercar como aprisionada em meio à ciranda...

Lembro-me do tempo em que o tempo era servo de uma eterna criança...

O tempo passou e surpreendeu... Fazendo-me de escrava como que por vingança...

Do tempo em que sem saber de sua importância perambulava e mantinha as andanças...

Observo o tempo e ele por vezes me sufoca,

Lamento a todo o tempo, pelo tempo que perdi e não lhe dei o devido valor...

Agora o tempo é o mestre que rege a duração da minha dor.

O tempo ensina, mas nunca de maneira gentil...

O tempo cobra de maneira árdua, quase que febril...

A fé é a única que batalha contra esta regra imposta e sem aceitação de defesa...

O tempo é espelho que reflete a nossa pobreza...

Resta-nos então admirar como for possível sem muitos resquícios de tristeza;

Todos os segundos desta gigante ampulheta...

Já que contra o tempo nada se tem a fazer...

Já que os erros por mais que tentemos, não conseguimos esquecer,

Farei do tempo semente boa...

Semente que possa bons frutos conceder...

Semente que faça esperança florescer...

Fernanda Pinheiro
Enviado por Fernanda Pinheiro em 03/02/2012
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