Vende-se amor
"Falar de amor é fácil, difícil mesmo é amar".
O mundo virou ao avesso, os namoros se tornaram momentâneos, os casamentos passageiros e o amor descartável.
É possível comprar o amor em uma loja da esquina, num folhetim, numa revista...
É possível comprar a ilusão do amor nos terreiros, nas cartas de tarô e nas promessas aos infinitos nomes de santos...
É possível comprar o indubitável amor nos chats online, nos sites de relacionamento e no saudoso facebook...
O virtualismo tomou o lugar do passeio no parque, do cinema, das paqueras e dos momentos de lazer mais simples e significativos. “Se encantar pela beleza e por um personagem virtual, trocar vidas...confidências e desejos... amar num vídeo chat, mandar sms e encarar uma utopia – um sonho irreal”, essa é a vida de muita gente que pensa e acha que encontrou o amor.
O amor é tecnológico, é energizado por uma máquina sem coração...o amor se multiplicou em vários contatos adicionados e cutucadas, se resume em atualizações de imagens e recados. Mas será que tudo isso é amor?
Se fosse... não duraria alguns dias
Se fosse... as pessoas se respeitariam
Se fosse... não era jogado fora como se fosse uma roupa velha.
Não sou tão nova e nem tão velha, mas sou o suficiente pra entender que não se ‘fazem’ amor com antes, não se ‘amam’ como antes.
Saudades do tempo em que poderia encontrar e desfrutar de momentos únicos, vivos e realistas. Que o verbo amar não estava à venda como um doce, que a felicidade não dependia de um ‘compartilhamento’, de um ‘curtir’ ou uma ‘mensagem’ na caixa de entrada.
Se hoje chegamos a esse ponto, imaginem com um bom tempo? O amor dependerá exclusivamente das redes ‘sociais’ virtuais e será tão fútil como qualquer coisa que compramos por luxo e prazer.