O preço da paz

O preço da paz parece muito caro

O preço da paz parece impagável

Pelo menos é o que percebo em minha realização do viver

Vejo luta pelo poder

Vejo luta por posses

Vejo luta pela fé

Vejo luta pela insana necessidade de lutar

Vejo hoje e historicamente vejo a guerra como se caminho para a paz fosse.

O preço da paz parece ser a guerra

É um preço deveras caro

O preço da guerra é a morte e a destruição

O que torna mais caro ainda o preço da paz.

Infelizmente só a podemos pagar com o que nos sobra

Nossa beligerância

Nosso egoísmo

Nossa vaidade

Nossos preconceitos

Nossa ganância

Nosso desejo de enriquecer

Nosso desejo de poder

Nossa petulância

Nossa arrogância

E nossa ignorância.

Vejo guerras econômicas

Vejo guerras sociais

Vejo guerras religiosas

Vejo guerra por poder

Vejo guerras por simples ganancia

Em busca da paz fazemos a guerra

Em plena guerra buscamos a paz

Mas a paz tem um preço

O preço da guerra

Um dia negro

Um coração revoltado

Uma alma em sofrimento

Chorando a destruição humana

Pela dor das guerras em plena falácia da busca da paz.

Olho o mundo

Vejo fronteiras

Vejo línguas

Vejo crenças

Vejo preconceitos

Vejo beligerância

Vejo religiões

Vejo exclusões

Vejo perseguições

Vejo segregação humana acontecendo o tempo todo, mesmo que a falácia humana diga o contrário

Vejo

O meu e o teu

O nosso e o deles

A minha moral e a imoral deles

A minha fé religiosa e a fé deles

A minha crença religiosa e a descrença deles

A minha opção sexual e a opção sexual deles

O meu mundo e o mundo deles

A minha pátria e a pátria deles

Vejo o meu grupo, que é o correto, por isto eu o escolhi. Assim pensa o iludido abominável contaminado pela arrogância dos seus contra os deles.

Vejo que o meu livro sagrado é o que melhor representa a verdade

Se o livro sagrado é o mesmo, vejo que a minha interpretação é a correta e a mais justa, não a deles.

Vejo que o meu princípio moral e ético é muito mais humano que o contaminado, distorcido e sujo, deles.

Quanto mais me aprofundo na leitura do dia a dia, mais segregação e preconceitos percebo.

È claro que o meu grupo busca a paz. Os grupos deles é que não conseguem ver a beleza econômica, social, moral, ética, laica e religiosa do meu grupo, e graças à ignorância deles continuamos em guerra para que meu grupo possa defender os ideais mais dignos e justos. Assim pensam os presunçosos e os iludidos de sua confiança e de sua maior dignidade.

A paz, pensam os iludidos, deve ser paga com a destruição dos opositores, pela domesticação destes diferentes ou pela eliminação dos opostos.

Arlindo Tavares
Enviado por Arlindo Tavares em 12/02/2012
Código do texto: T3495517
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