Ao escrever...

Escrevo versos e poesias,

Componho o que me brota no peito,

Concluo na razão,

Por fim publico...

No fim de tudo sempre a mesma sensação,

De que palavra alguma alivia ou camufla o coração...

Sou sempre eu mesma,

Na ânsia de bastar-me em ser só o que sou...

Mas algo me leva a crer que de tanto escrever,

Adquiro asas pros meus sonhos me eleverem,

Coragem de iniciar o percurso que ficou parado no tempo,

Forças pra tirar das pedras brutas um raro diamante...

Escrevo sem pretensão de tornar tudo belo, tudo certo e coerente...

Não sou assim... correspondo ao que escrevo,

Por vezes mal interpretado,

Mal posicionado,

Um esboço inicial e logo inacabado...

Rascunho no papel como rascunho minha própria vida...

Persigo minha própria alma numa corrida infinita,

Não desisto de encontrar a palavra certa pra me descrever...

De palavra em palavra consigo entender que tudo é sempre maior do que a princípio pensei que pudesse ser...

São sonhos maiores, também os desejos e vontades...

Compartilhando e brincando de dizer a verdade,

Encontro atalhos que me guiam ao encontro da outra metade...

Sou um ser-humano inteiro, com uma alma meio anulada,

Sou uma poesia que se inicia sempre certa, mas que por descuido ficou abandonada...

Sempre a espera do Autor se lembrar e recomeçar a escrita,

Sempre a espera da continuidade... e quando concluida ser enfim apreciada.

Fernanda Pinheiro
Enviado por Fernanda Pinheiro em 28/02/2012
Reeditado em 29/02/2012
Código do texto: T3525315