Como é com você?
As poucas vezes em que me decepcionei,
Decepção séria mesmo!
Eu não chorei.
Nem me dei conta.
Quando muito, tive um susto e pronto.
Nas decepções medianas e fracas... Aí sim!
Fico triste na hora!
...É que as grandes decepções foram tão inesperadas
Tão surpreendentes...
Que fiquei...
Assim...
Sem fala...
Sem acreditar...
Sem aceitar.
Adotei uma explicação que ouvi um dia:
(Não me achem bobo).
Nós idealizamos e criamos uma expectativa
Quando a realidade, sobretudo, pessoas
Quando elas nos surpreendem com a versão real,
A versão delas da interação conosco
Aí acontece...
E enquanto o consciente fica buscando explicações,
Conjecturando qual será a justificativa que virá
Quase como um pedido de perdão, uma reparação...
O inconsciente, que não é bobo nem nada,
Aciona seus avisos
No meu caso, adoeço.
De verdade mesmo!
Qualquer dor está valendo...
A depressão vem como aperitivo
E aí começam aquelas perguntas:
“Que é que você tem?”
“Que é que houve?”
“Está chateado?”
...E eu,
Com aquela cara infantil
Minto como criança que tomou zero e não quer falar
...Foi nada não...
...E haja tempo para isso passar.
Não passa.
Por isso estou escrevendo a respeito.
Passa os aparentes efeitos.