Eu Pensava...

Eu pensava que seria compreendido nas estúpidas situações que eu poderia ser mal interpretado. Eu pensava que iria ver e sentir a sinceridade dos sentimentos das pessoas que tem relevância na corda bamba de minha vida.

Eu pensava que receberia ligações, mensagens e convites inesperados quando a solidão me obrigasse a ser seu amante nas noites mais assustadoras. Eu pensava que nunca seria injustiçado, também achava que não me calaria perante a isso. Eu pensava que tinha encontrado o meu grande amor, a que faria tudo por mim sem me pedir nada em troca. Eu pensava que esse certo amor fosse me ver nas impossíveis impossibilidades do cotidiano, que o cansaço e as obrigações do presente não fossem obstáculos.

Eu pensava que não iria sentir essa dor incurável quando chegasse o amor pra mim. Eu pensava que na tristeza e na doença eu fosse acolhido por uma curandeira (o meu amor) e não sentisse o agravo que modificou o meu estado e que ultrapassou a minha insanidade. Eu pensava que a distância de corpos físicos aguçaria mais a fome do desejo de morrerem colados entre o meu amor e eu.

Eu pensava que o meu amor lutaria por mim, arriscaria a sua pacata vida para se transbordar na plenitude e cumplicidade comigo. Eu pensava que as canções nos embalariam e fossem motivos suficientes de estarmos sempre juntos. Eu pensava que o nosso amor não nos afastaria. Eu pensava que ironias, atitudes frias, ignorância e desprezo não iriam ser trazidas até mim tendo como remetente o meu grande amor. Porém tudo que eu só pensava e aspirava era ilusão. Eu deveria saber que a realidade é bem mais dolorida e que amor belo não é privilégio de todos. Aguardo o que me espera...

Rômulo Sousa
Enviado por Rômulo Sousa em 12/03/2012
Reeditado em 06/03/2015
Código do texto: T3550364
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