Apesar de tanto riso, uma parte ainda te dói

“Quanta prosa, quanto riso, quanto amor, quanta alegria, quanta falsidade! Ah, não venha me dizer que você é feliz toda hora. Eu sei moça, que você tem seus momentos de calar o sorriso e passar a bola para as lágrimas. A alma não é tão alegre quanto se pensa. Existe sempre aquela parte do coração, que por menor que seja, te faz um mal danado, apesar do tempo, apesar das venturas da vida. eu também sei o motivo desse teu pranto abafado e por sorrisos figurado. É aquele moço. Aquele mesmo, do sorriso largo e do cabelo bagunçado. Você ainda não se esqueceu dele. Ainda escreve o “tal” nome nos azulejos úmidos do banheiro, ainda reconhece o perfume dele quando sente em um transeunte na rua. Sabe, os poemas de amor? Ainda estão escondidos no teu quarto, atrás dos móveis, embaixo da cama, e no fundo das gavetas. Você sempre se lembra do sorriso, e do jeitinho fofo dele mordes os lábios. As ultimas folhas do teu caderno ainda estão cravadas com o nome dele. E quando ele passa, ah, quando ele passa… teu coração pula pela boca junto com a tua alma. Eu sei moça, eu sei. E também sei que ele não vai sair dos teus pensamentos tão cedo.”

Julia Machado
Enviado por Julia Machado em 08/04/2012
Reeditado em 08/04/2012
Código do texto: T3601575