STF DECLARA EXCLUSÃO RACIAL

Proferindo discursos recheados de demagogia e equívocos bem elaborados os ministros do STF ratificaram a incapicidade intelectual de negros e afrodescendentes brasileiros, com o argumento de que com as cotas nas universidades o Estado Brasileiro se exime de ter submetido os negros à escravidão. Os ministros da alta corte justificam que “facilitar o acesso” à universidade (ou empurrar esses jovens para as dependências de uma faculdade qualquer) aos descendentes já é pagar pelos erros cometidos durante o Império e Colônia quando vigorou o escravismo. Ora, parece tão fácil se eximir de um erro que exerceu e ainda exerce tantas influências negativas que a justicativa de todas as “Excelências” da Corte Superior do Juciciário (a medida foi acatada por unanimidade) soa como uma retórica excessivamente simplista, para não dizer propositadamente ingênua. De ingênuo eles nada têm, sabe-se, então pode-se concluir que houveram intenções escusas. E mais, os erros no trato para com a população carente, sobretudo no processo educativos, continuaram nos anos e décadas do pós-abolição, perpetuaram-se pelo menos até os dias atuais.

Vivemos num país mestiço, com vasta população e milhões com pele branca possuem ascendentes negros. Essa maioria carente, sofre as consequências de um tratamento degradante, escravista-colonialista mesmo com a Abolição decretada há mais de cem anos as devastadoras situações estão presentes nos setores econômicos, culturais, pedagógicos e sociais de modo geral. Não será uma simples medida paliativa que vai corrigir os erros cometidos inclusive nos tratamentos aos descendentes de escravos durante esses mais de cento e vinte anos de “alforria”.

Nunca esteve nos projetos das autoridades governamentais instituir uma escola pública de qualidade para a grande população carente, cujos indivíduos são em maioria descentes daqueles escravos “libertos em 1888”. Nunca se objetivou estender uma universidade pública nacional para abrigar a maioria dos jovens brasileiros sem distinção de classe social.

Preparar esses jovens, sejam afrodescendentes, indígenas ou brancos, em escolas básicas bem equipadas, com planos educacionais elaborados com cuidado e seriedade, professores bem preparados e, acima de tudos bem remunerados, isso sim seria uma medida louvável e digna da “Alta Excelência” dos ministros da alta corte. Mas infelizmente eles preferem oficializar a exclusão racial.

Joel de Sá
Enviado por Joel de Sá em 27/04/2012
Reeditado em 27/04/2012
Código do texto: T3636211
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