As Vezes é Difícil Pensar.

Resolvi pensar no que de fato significa ser Espiritualista, no como deve proceder e pensar a pessoa que quer se colocar como “espiritual”.

A princípio, devo confessar que a tarefa me parecia fácil de ser executada, mas no decorrer de meus pensamentos a coisa foi se tornando cada vez mais difícil e até mesmo penosa em alguns de seus aspectos. Ecumênica foi a primeira palavra que me ocorreu, bastava ser ecumênico para se ter uma linha “espiritualista” de pensamento, mas seria mesmo só isto? Se é tão simples assim, por que as pessoas não compreendem isto e pronto estaria resolvida a questão! Ai me veio nova pergunta, o que é ser ecumênica?

Seria não reprovar e nem questionar a crença de ninguém? Seria aceitar as diversas crenças sem nos preocuparmos com o que dizem, ou seja ignorá-las? Ou ser, de fato e verdadeiramente ecumênicos é não ignorarmos mas sim compreendermos o que cada um pensa, diz, pratica e faz em sua vida diária, baseado nos ensinamentos que recebe?

Perguntas e mais perguntas, mas com o continuar analítico do pensamento começaram a aparecer respostas, as quais aliás, dou o mesmo valor das perguntas, já que umas não existem, ou sobrevivem, sem as outras.

Ser espiritualista de fato, é ser consciente das diferenças existentes entre os seres humanos, ou em realidade nas diferenças do desenvolvimento de cada espírito que habita esta carcaça carnal; saber dos sofrimentos do espírito aprisionado no corpo, tendo-se em conta a revolta dos mais novos ou menos evoluídos com tal prisão; é sentirmos em nós mesmos esta vontade de “volta” à algum lugar, à alguma coisa não bem definida para nossa compreensão, mas sempre presente em nossos momentos de reflexão, e que se manifesta através daquele vazio, do oco em nossas almas, mesmo quando temos uma fase de grande plenitude material e sentimental é enfim aquela saudade, nostalgia mesmo, a qual não entendemos o porque estar ali, mas que se faz sempre presente, bastando para isto que nós a percebamos e lhe demos a forma devida.

Mas não parou por ai o fluxo das respostas, começaram a vir mais e mais, me apontando o lado mais sérios das responsabilidades do verdadeiro espiritualista, tais como a consciência de Ser e de Ter. Em nosso mundo atual o Ter tornou-se a grande ditadura da maioria, Ter dinheiro, Ter conforto, Ter prestígio social, Ter reconhecimento público, Ter orgulho dos filhos, Ter controle das coisas (que grande ilusão), Ter vaidade, Ter, Ter, Ter e Ter mais ainda do que já se possui. E quantos pensam no Ser? Quantos o São de fato? O Ser caridoso, Ser do bem, Ser pai e mãe presentes, Ser misericordioso com todos os seres vivos (inclusive a Terra), Ser compreensivo, Ser amado amando o próximo, Ser tolerante, Ser enfim aquilo para o que D’us nos criou, e não Ser apenas mais um a querer Ter tudo sem nada dar em troca; ou dando em troca o mínimo possível, mesmo que para conseguir isto tenha de Ser enganando, lesando, roubando, aproveitando a boa fé e a inocência alheias. E não pararam por ai as respostas que me chegaram depois de minha pergunta, a qual eu achava obvia e mesmo pouco expressiva, mas o resto é assunto para outros relatos, não só devido ao seu número, mas devido a complexidade do assunto.