Juventude seguindo a canção da mudança

"Caminhando, cantando e seguindo a canção"... Às vezes fico imaginando como os versos desta música inspiraram outras músicas, poesias, crônicas, contos etc. Serei mais um, vou utilizar a composição de Geraldo Vandré para ajudar a minha reflexão.

Caminhando (muito), cantando (mal, quem me conhece sabe) e seguindo as canções (no plural mesmo, porque ouço muitas músicas de variados tempos e estilos), vou existindo assim. Pensando em zilhões de coisas e viajando nas reflexões possíveis sobre esse mundo.

Algo que não me sai da cabeça é essa crise que passamos. O sistema capitalista sofreu um tremendo golpe e diagnosticou-se diversas ramificações nessa ínterim: crise ambiental, social, financeira, econômica e ideológica. Houve repercussões, mobilizações e mudanças por todo mundo: Primavera Árabe com destituições de ditadores e intervenção das potências do Ocidente, Os Indignados na Espanha, Occupy Wall Street, greves gerais nos países periféricos da Europa seguidas de cortes de direitos trabalhistas, novos rumos na política (ascensão de “socialistas” na França e na Grécia, boa aceitação da possível candidatura de Marcelo Freixo no Rio de Janeiro, por exemplo) entre outros acontecimentos.

Não me alongo muito no assunto, apenas quis expressar a nova conjuntura que o mundo vive. Isso, para poder falar da importância que tem a juventude nesse processo, como protagonista.

Sei que temos muitos jovens ainda fechados, alienados e massificados, que as maiores preocupações são quantos quilômetros seu carro faz com um litro de gasolina e se Fatal Surf, Maresia ou Colcci impressiona mais. Mas o que vem acontecendo no mundo dá esperança de mais avanços nas discussões e na participação da juventude para a construção de um mundo justo e igualitário, pautado na harmonia, no respeito e na preservação do meio-ambiente.

Para maior inserção dos jovens nesse processo precisamos exigir direitos e possibilidades para uma vida digna. Logo, uma educação emancipadora, acesso à cultura, garantia de emprego, saúde pública de qualidade, e mais. A batalha é dura, mas temos que seguir lutando.

Precisamos também que o jovem saia desse mundo que lhes é apresentado pelo bloco hegemônico e deixe de reproduzir o que sociedade de classes e individualista nos impõe. Que o jovem comece a enxergar a necessidade da organização, da coletividade e da luta (só com luta se consegue as mudanças) para construir uma alternativa para nossas vidas e para a sociedade e fugir das crises em que foi colocado.