Rasuras

Na verdade, a história muda aos olhos humanos. A mente tenta falar uma língua que não a pertence, o coração muda seu ritmo ao perceber um sentimento que ninguém sabe se existe, e falta ar em meus pulmões, sinto-me sufocado ao ser obrigado a encarar a nossa própria face, quem somos nós.

A lágrima que não escorre no rosto foi transposta em outras reações.

A lágrima que escorre não necessita ser verdadeira, mas eu necessito haver significado verdadeiramente, quando sua mente tenta falar uma língua que não a pertence.

Mudar sempre é necessário quando não existe o fim e o começo, quando não existem preocupações maiores que si mesmo, já que a rotina cansa. E se isso não existir, a mudança se fará imponente perante todas as vontades.

O seu mundo enxerga o meu sob a forma que tomou o seu caráter.

O meu mundo enxerga o seu sob a forma que você modelou para os meus olhos.

Existe inteligência, sentimento, imparcialidade, interesse e eu, que varia de acordo com o seu hospedeiro, podendo abrigar um, dois, todos, mas que nunca é vazio. É que as memórias sempre estarão lá, em você, em mim, num rabisco qualquer, que uma palavra, uma brisa, um aroma ou uma imagem trará à tona e o eu irá sentir despertar dentro de si, algo que se não for controlado, irá consumi-lo aos poucos.

E se isso nunca acontecer, as lembranças estarão lá, para garantir que a sua essência nunca se perca dentro de mim.

... coração... sentimento... ar.

É o que somos.

Jean Michel
Enviado por Jean Michel em 22/05/2012
Reeditado em 23/05/2012
Código do texto: T3682845
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