NO ABISMO DOS OLHOS

Gosto daqueles que olham... no abismo dos olhos. Dos que penetram por ele em todos os demais sentidos. Gosto daqueles que olham e que compreendem que a minha saudade é um espaço de tempo (muitas vezes interminável) e que o meu estar junto muitas vezes é estar longe demais. Gosto daqueles que me olham... como se estivem se olhando; porque no fundo... faço-me espelho entre olhos. Gosto desse teu olhar... mas confesso que prefiro os outros olhares, mais desapegados... mais racionais... menos sentimentalistas e não tão desafiadores. Porque eu sempre me perco em olhares desafiadores... eu sempre me sinto num outro plano. Gosto de olhares como os teus... mas desvendar-te pode custar-me muitas vidas!