MENTE VAZIA

Me acho perdido a devaneios, a anseios tal qual uma mente perturbada, petrificada pela insônia de todas as tardes, acuado pelas verdades relativas de um mundo imaginário, me sinto um peixe em um aquário, otário, trapaceado por ficções tateáveis, por esses desinteressáveis, em suas conchas como crustáceos, fingindo serem populares, porém totalmente descartáveis, transformam-se em peças jogáveis de um tabuleiro destruído pelo ato de não agir, de fingir serem corpos pensantes, falsos diletantes, mas eu que sou considerado farsante, mas por quê? Por que sou pensante? Ou por que não tenho corpo? Não vivo como lobo, roubam minha lã, pra que pela manhã eu sinta frio, me induzem a ser passivo, a concordar com isso, vivo como um escravo de orelha furada sem ter a quem servir, em um mundo de um devir barroco, de um logro parlamentar incestuoso, de injúrias camaradas, de humanos com feições desencorajadas, ameaçadas pelo medo de perder a enxada, fadadas a ser não mais que altistas ufanistas, indigentes funiculares, ludibriadores loxodromáticos, compulsivamente anti-indiossincráticos, enquanto isso a vanguarda vaga pelo espaço, a procura de um lunático disposto a descer, a crer que existe saída para a terra, que se encontra austera, imensa cratera de incongruência intelectual, tradicionalismo informal, violência ancestral, apologia menstrual, machista, ferida, manchada pela tinta dos rostos pintados com sangue, apenas farsantes burgueses, sem escrúpulos com suas Mercedes, não pensam um passo à frente, desrespeitam seu próprio ventre, acabam com as cáries mas levam junto os dentes, inocentes, sem antecedentes, porém indigentes, quanto mais dinheiro mais inteligente, quanto mais frio menos quente, somos treinados a não forçar o cérebro, pois no mundo em que vivemos a saída sempre leva ao início, mas nem sempre penso, logo existo!

Diego Drão
Enviado por Diego Drão em 19/07/2012
Código do texto: T3785874
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