REFLEXÃO SOBRE A SAUDADE!

A saudade é o único sentimento em que podemos fazer comparação a uma faca de dois gumes; ora nos traz alegria, ora nos traz tristeza; alegria por lembrarmos de um momento feliz que vivemos um dia; tristeza, na maioria das vezes, por termos perdido alguém que amávamos.

Se o ser humano pudesse voltar ao passado e nele transformar o seu futuro, talvez quando chegasse no presente, quisesse fazer tudo novamente da mesma maneira que antes. É estranho pensarmos desta maneira, mas a recíproca, é verdadeira!

A saudade anda de mãos dadas com a melancolia e a nostalgia que nasce desse casamento, é dolorida! Sim!, ela nos provocam sentimentos estranhos:

- Nos faz querer está não sei a onde;

- Fazer não sei o quê;

- Querer ficar sozinho (mas com alguém sempre por perto);

- Vontade de pular de um penhasco (mas orando para que Deus nos segure lá embaixo); É conflitante os pensamentos!

A saudade quando não dá lugar para outros sentimentos, se torna o primeiro passo para se chegar à depressão. A saudade precisa ser saudável, com boas recordações, lúcida e consciente de que as coisas que se passaram, já se tornaram lembranças.

Quando se trata das lembranças do coração, aprendi que é preciso viver intensamente cada segundo do amor, da paixão ou de um simples romance, que a vida pode nos proporcionar. Não adiantará lamentarmos depois, mesmo porque, só procuramos dar valor as coisas quando já não as temos mais! E a melhor maneira de as preservarmos, é pensando na possibilidade de as perdermos!

Na verdade, tenho para mim, que a saudade nasceu para nos servir de lição de vida! Não sabemos aproveitar e reconhecer o valor de termos ao nosso redor, ao alcance de nossas mãos, as pessoas que podemos desfrutar de todo amor e carinho; seja namorada, seja um amigo, seja um irmão, seja esposa ou marido, filhos ou os pais..., e por falar em pais, quero falar especialmente da figura materna.

A mãe, dentre todas as criações de Deus, é a única que nos faz sentir saudades, mesmo ainda quando está ao nosso lado. Ela já nasce com o dom do amor, da proteção, do carinho, da doação da vida, da abnegação, apta para ensinar e nos amar até o fim de sua jornada nesta vida! Quem neste mundo, nas horas mais difíceis de sua vida, não sentiu a necessidade do carinho do colo acolhedor de sua mãe? De um afago ou de uma palavra (nem sempre o que queremos ouvir), mas sim, a verdade?

Refletindo sobre tudo isto, faço menção de duas máximas que eu lí, há bastante tempo atrás, mas escritas sabiamente:

- “A flor mais linda do mundo, é aquela que depositamos nas mãos da mulher amada, e a mais feia, é a quela que depositamos no túmulo de nossa própria mãe”;

- “ A mãe é para o mundo, o que a luz é para todos nós; só lhe damos o justo valor, quando se apaga”!...

E depois, não adianta lamentarmos a ausência e a falta que ela nos faz, pois com certeza, só nos restará o consolo de chorarmos a saudade que ela nos deixa...

EMANNUEL ISAC