Pensando sobre os pensamentos

Eu queria não falar de mim. Gostaria de poder não precisar de auto-afirmações e mesmo assim ser certa do que sou.

Simplesmente necessito da aceitação de meu ego. Necessito demasiadamente de tempo para processar as minhas açoes e classificá-las... Estranhamente meus atos não são coerentes às ideias que tenho de mim mesma. Como se precisasse de óculos e disto não soubesse. Toda vez que me olho no espelho, vejo a silhueta de quem sou, mas não detalhadamente minhas feições.

Eu lembro de um tempo em que surpreendia-me com minhas reações em relação aos meus atos. Agora eu me contento ao saber que tais ações são conscientes, embora não sejam boas escolhas, ainda tento aceitar-me. São falhas na minha personalidade? Por que mesmo sabendo da consequência de minhas ações ainda as cometo com paixão?

Uma sensação de acolhimento me toma a alma quando sei que muito do que faço é para sempre guardado comigo mesma. No entanto, de tempos em tempos, vem o sentimento de que eu não me aturo, não me suporto, não consigo ficar comigo mesma e meus pensamentos. Consciência pesada? Não necessariamente.

Pretender um dia ser aquilo não sou é muito pretencioso. Não penso assim.

Pretendo ser, um dia quem sabe, o melhor do que já sou. Assim é melhor.

Laís Mussarra
Enviado por Laís Mussarra em 19/08/2012
Reeditado em 19/08/2012
Código do texto: T3838178
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