Minha concepção de vida

O motivo pelo qual me fez parar de acreditar no casamento e amor perfeito foi pelo fato de que toda vez em que me permiti cair nessa doce fantasia eu me fudi, na depressão, no cansaço, na dor de desejar e não poder ter, na esperança frustrada de ter uma vida perfeita e regras bem definidas, podendo assim acenar para o mundo com um belo sorriso e um retrado de cidadão belo e perfeitamente normal.

Descobri que não posso ser normal e é muito melhor assim, não me importo com o que pensam de mim, eu sou quem eu sou. Depois de passar noites em claro e perturbada com o sentimento de estar sendo observada eu liguei o foda-se para o mundo. A busca pela perfeição me fez sofrer muito e hoje eu sou simplesmente quem eu realmente sou e é o que eu desejo permanecer sendo.

Também tive erros que precisei corrigir na minha personalidade e continuo sempre em evolução, descobrindo meus defeitos e tentando melhorar a mim mesma, não no sentido de ser perfeita para a sociedade porque já cansei disso, mas desejo ser melhor para o mundo de acordo com as minhas possibilidades e não buscar fantasias utópicas, pois uma série de frustrações torturam a gente e fazem com que nós soltemos gritos de dor inconscientes e reprimidos, pois por mais que te causem dor, você deve sofrer calado, pra você não abalar a sociedade que está funcionando ao seu redor.

E foi caminhando assim, nessa busca pela perfeição, pelo estudo incansável e pela monotonia causada pela solidão é que rasguei as minhas vestes, me desgarrei do caminho daquilo que era considerado moralmente correto, levando em conta os fatores da relatividade, e fui seguir o meu próprio destino, a minha própria estrela que pra mim brilhava mais que o Sol. Agora eu ando nua por ai, cabelo despenteado e pés descalços e só assim pude descobrir quem eu realmente sou. Posso olhar pro espelho e não minto mais para mim mesma. Posso desfrutar do sentimento de estar acompanhada por alguém que me dá carinho sem cair no abismo do amor perfeito e platônico, e institucionalização de uma família, levando em conta que é possível amar sem anéis de compromisso, sem regras, sem véus nem grinalda, sem a música, nem a igreja, mas na mais pura essencia de amar, e não perder as estruturas quando as coisas parecem que vão mal, porque a vida não é perfeita e não será, mas pode ser levada com prazer, carinho e aquisição de conhecimentos.

Stéphane Fernandes
Enviado por Stéphane Fernandes em 30/09/2012
Reeditado em 30/09/2012
Código do texto: T3909534
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