trânsito.
Se aqui houvesse a categoria de desabafo, nela eu estaria escrevendo...
Hoje voltando do trabalho, senti um vazio... uma falta... a dor do peso de nunca ser lembrado, considerado... sensação de que pudesse ser substituído ou como se o meu lugar nem existisse.
Mesmo rodeado de tantos sorrisos, mensagens, pessoas, conversas, assuntos, elogios, admirações... nada consegue atingir o meu coração e me convencer de que sou essencialmente indispensável, essa ansiedade por querer ser o personagem principal me mata aos poucos, a cada momento que eu sou apenas a árvore no fundo do palco.
As coisas não tem o sabor verdadeiro, e as vezes nem sabor tem... me perco em um mundo dentro de mim onde a preocupação e ansiedade me roubam de tudo o que a vida tem preparado para mim.
Hoje sou sim como uma ilha... muito visitada nas férias de janeiro mas que o restante do ano não é lembrada. As coisas se tornam menos, me falta gasolina, dinheiro, bateria no celular, me faltam sorrisos, mensagens, companhias, inspiração para escrever algo melhor, me falta assunto, vontade e sobra silêncio no lugar de tudo isso!
Ultimamente tenho sido apenas um expectador, vendo o trânsito, as aulas, os assuntos, os e-mails, as atualizações do meu feed de notícias... Não vibro, não canto e nem danço... quem me roubou de mim?
Consegui tudo o que queria, me portei da maneira correta, respondi as respostas, estive nos lugares, me vesti da forma correta... mas porque o sabor da conquista não é tão bom quanto o sabor do desejo e da espera? essa forma humana de viver sempre querendo mais do que já se tem, mesmo depois de anos esperando por algo... porque?
Existe cura para isso? que dor é essa?
Silenciemos...