LOUCA REFLEXÃO
Ysolda Cabral
 
  
 
Por vezes permitimos que a nossa mente divague à própria vontade. Nessas perigosas concessões é natural que ela abuse da liberdade e extrapole. Quando isso ocorre fica difícil trazê-la de volta aos termos de antes, posto que, ao conhecer o seu poder ilimitado, não aceita voltar à condição de antes.
 
É aí que tudo se complica... Ou, você vive a realidade, a sua realidade, ou vive do sonho que quer viver a sua mente. E minha mente, hoje, se recusa, veementemente, a viver a realidade.
 
Compreendo suas razões, até porque a realidade hoje é complicada, insólita, injusta, incompreensível e repleta de não sei nãos.
 
Ah, essa minha mente! Ontem queria deixar de perceber qualquer sentimento e hoje sonha viver todos eles.  O que devo fazer com a minha mente?
 
Considerando que, nas duas opções, minha mente corre o risco de se perder no mais profundo vazio do nada; deixo que ela viva realidade ou que divague à própria vontade?
 
Em toda essa louca reflexão o meu coração, de Tum, Tum atrapalhado, aguarda para saber se retumba ritmado ou silencia definitivamente.