As Faces do Preconceito

Na idade média, eles foram queimados na fogueira, depois passaram a ser tratados como criminosos e até os anos de 1990, eles eram tratados como doentes pela OMS. Nesse contexto assombroso, a homossexualidade sempre foi tratada como uma aberração, no entanto, apesar dessas atrocidades, nos últimos anos graças a lutas constantes dessas minorias por igualdade, eles conquistaram inúmeros avanços, porém, insuficientes para erradicar as várias formas de discriminação que eles sofrem, vista que, ainda existem mecanismos midiáticos e religiosos que impedem a erradicação dessa doença chamada preconceito.

Dentre os fatos citados, anteriormente, tem-se hoje a internet como um grande aliado da homofobia. Esta da à possibilidade do homofóbico esconder por trás de um pseudônimo. Esse caráter anônimo ainda que ilusório, permite a eles a confiança de que de fato possam irão permanecer impunes, vista que, em nosso país, não há uma legislação clara e repressora nas quais punam esses agressores. Prova disso, são as crescentes denúncias de homofobia à SaferNet, ONG que recebem denúncias de abuso no conteúdo das redes, nas quais passaram de 1090 casos em 2006 e atualmente somam-se mais de 3217 notificações.

Além das redes e da internet, as mídias televisivas acabam muitas vezes, dificultando o processo de abertura dessas minorias com a sociedade, uma vez que, essas com o falso intuito de representarem a realidade, acabam inserindo nas novelas e programas de humor como Fina estampa (2011) e Zorra Total, ambos da Rede Globo, estereótipos sexuais, impondo uma visão de outrora, arcaica e pejorativa sobre os G.L.B.T. S; inicialmente, parece demasiadamente engraçado, todavia, apresentar como absoluta e cómica esses grupos as crianças, adolescentes e até adultos, dificulta e cultivam ainda mais a formação de uma sociedade fechada à tolerância e diversidade, e aberta ao preconceito, e discriminação.

Já em relação aos posicionamentos das religiões, não vejo nenhum problema destas em discordar da conduta homossexual, já quem elas também têm seus princípios e cultura que devem ser respeitadas. Para mim, o problema está quando esses posicionamentos religiosos se contrapõem ao direito de escolha e a intolerância que muitas dessas pregam. É evidente que todas elas afirmam que, o julgamento de nossas ações não cabe a nós humanos ou a elas próprias, mas sim, a um ser superior, novamente, faz-se a incoerência e ascensão da hipocrisia dessas entidades que em alguns casos além de julgar, matam, todas, em nome de Deus.

A discriminação e barreiras do preconceito também se elevam no âmbito político, quando a própria sociedade civil que nada tem de cívica junto a essas religiões, tentam por meio de seu poder de massa e sincrético, impedir a aprovação de leis como a, 122.06, que visa acima de qualquer definição e objetivo estabelecido prega a liberdade, o respeito e o direito a vida.

Por fim, diante de tantas ações discriminatórias, ausência de leis, e abuso de poder, acredito que, se torna mais que urgente à aprovação da lei acima citada para que possamos mesmo que forçadamente, obrigar aos que praticam essas violências, mudarem suas atitudes e um dia respeitarem as diversidades que tornam nossa nação única e singular. Mas, de fato, esse respeito só se fará real quando a partir de uma boa educação familiar e escolar obtivermos a formação de jovens e crianças com uma visão crítica, cultural, cívica e independente. Só assim, coagindo os erros, ensinando o correto poderemos paulatinamente moldar o futuro para que todos possam ser felizes, sem amarras, medos nem vergonha.

Não nascemos para jugar, não nascemos para humilhar, não nascemos para maltratar, nascemos sim, para sermos felizes e não compete nem a mim nem a você definir como ou com quem um cidadão obterá sua felicidade.

Arthur Luz
Enviado por Arthur Luz em 01/11/2012
Reeditado em 08/11/2012
Código do texto: T3964073
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