No Escuro

No escuro não existem esperanças, e a cada momento eu me afundo mais nesse poço sem fundo.

Nada pode constituir nem mesmo uma luz fraca, quanto mais eu observo, mais distante do ultimo foco de luz eu estou.

O escuro é estranho, não pé minha casa, mas já me acostumei com meu vizinho silencioso, ele nada fala e nem mesmo faz, eu nem mesmo o vejo, mas sei que Ele está olhando para mim, mesmo nesse momento em que escrevo estas palavras sombrias, posso senti-lo olhar para mim.

Não sei se o escuro que me encontra se refere ao meu estado sentimental, que a cada dia, mais e mais lagrimas rolam pelo meu rosto por causa daquela a quem eu amo.

Mas talvez não, talvez seja a escuridão familiar, já que todos os dias mais distantes de mim eles estão.

Ou será essa escuridão Social?

Todos os dias, sinto-me mais longe dos homens, me sinto incomum, como se eu não fosse pertencente a nenhuma Camada Social, olho as pessoas que passam e não sinto nem amor e nem compaixão, nem ódio nem pena, não sinto nada por esses que são supostamente meus semelhantes.

Talvez tal escuridão seja minha vida espiritual, pois os meus questionamentos talvez tenha ofendido meu Senhor e por isso Ele tornou-se meu vizinho silencioso.

Independente do que seja, minha escuridão, tenho certeza que ela não se dissipará, eu não vou acordar como faria em um sonho, e ver o Televisor do quarto ligado, disso tenha certeza.

O que me resta senão continuar caminhando no escuro, tropeçando em velhos hábitos, e chorando sozinho, enquanto sorrio ao mundo.

Pode meu sorriso não ser verdadeiro, e minha suposta força se esvair, mas cada lagrima que rola em minha face, cada lagrima que bate no chão do meu quarto, ou no travesseiro em minha cama transmite a pouca esperança que vai embora a pesadas gotas de águas salgadas.

Vão com essas lágrimas o “Eu Te Amo Não Dito”, o “Perdoa-me” não orado.

Levam no escuro minhas lagrimas, deixando cada vez mais a minha alma pesada.

Penso que não há alternativo, o escuro já dominou minha vista, não há caminhos de volta, e creio que o próximo passo me derrubaria do penhasco, então eu me conformo.

Afinal o escuro sempre terá o lado inspirador para a poesia, ainda que tenha aqui acabado o meu fôlego, e peço somente que desliguem o despertador e fechem meu caixão.

Dhymas DuGuetto
Enviado por Dhymas DuGuetto em 06/11/2012
Código do texto: T3972102
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