Meu Eu Paradoxal

Na prática sou meio paradoxal.

Tenho pensamentos censurados pela humanidade, acho que sou um tipo de cara que está em extinção. Preciso de um pseudônimo para me disfarçar melhor, talvez um fofo, ou sexy, acho que a palavra certa seria; tosco. Preciso de um apelido bem tosco para ser aceito. Mas quem disse que preciso ser aceito? – Eu não disse isso.

O ventilador de teto, os livros debruçados na prateleira, minha cara maquiavélica olhando para o espelho com olhar sofrido de cão sem dono, os remédios de um ser hipocondríaco e inseguro. Acho que sem essas coisas eu não seria confortável. Minha sensatez é nula em campos desconhecidos, e preciso ser um pouco sensato às vezes, por isso escolhi meu quarto para ser ambiente de tal milagre.

Dou o meu melhor e abençoo os humanos que merecem, sou sensitivo, sei quem precisa de ajuda. Por outro lado sou egoísta, sarcástico e gosto muito de pisar e cuspir em quem tem este merecimento. Nunca faço isto, mas não me falta vontade.

Sugiro a você se afastar de mim, já disse isso para mais gente... Penso que não me levam a sério, mas quem for sensato, por favor, fuja de mim.

Enxergo através de cores, me movo através de notas musicais. Viajo em dimensões opostas e aposto sempre em futuro incerto, pra mim isto é ser sensato, isto é viver.

Este é o primeiro texto que escrevo com dezoito anos, pouca coisa mudou. É como aquela velha frase “Não mudamos nos aniversários e sim nas dificuldades que enfrentamos e superamos”. Ok. A questão é que desde o meu aniversário tenho me sentindo mais feliz, a crise dos dezessete passou, e espero que não volte.

De lá pra cá não preciso mais de migalhas da sua atenção, não preciso ofuscar sua vida atrás de pistas para tentar descobrir algo que não existe e nunca vai existir. É “surreal” segundo você. - Obrigado pelo toque. A verdade é que eu já sabia de tudo, não sei como insisto em me enganar, em me manter forte ao seu lado sem deixar escapar uma lágrima, sem deixar os gritos internos saírem e se ecoarem. De certa forma você me fez acordar pra vida. Sei lá, você não tem noção de quantas coisas boas já me trouxe e do quanto me ajudou em não fazer absolutamente nada, só do fato de você existir.

Parece até proposital algumas de suas atitudes, mas você não tem culpa, são coisas do meu mundo. Mundo que jamais irei deixar alguém entrar. Tenho me fechado pra todo mundo, inclusive para aquelas que querem muito entrar na minha vida. Desculpem-Me, mas eu tô precisando de férias de humanos. Pessoas são boas até certo ponto. O Excesso delas está me arrancando os cabelos.

Gosto de pessoas simples, isso me encanta muito. Não confundir simples com ignorante, com tola, com burra. Gosto de pessoas inteligentes e simples, sem futilidades, coisa que o mundo gay nunca me ofereceu. Achava que quando eu fingia ser hétero eu não me encaixava por este motivo, mas não! Não me sinto bem em ambientes gays também. O problema está bem aqui comigo. O Século XXI me trouxe tanta informação que já estou farto e vomitando-as. Tenho vomitado muita coisa. Agora minha meta é vomitar esse sentimento que se chama você.

Lucas Guilherme Pintto
Enviado por Lucas Guilherme Pintto em 07/11/2012
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