Por duas horas, simples assim.

Diante de mim, aquela folha de papel branco parecia desafiar o instinto criador, assim como o jogo de palavras que me dei ao luxo de sair perdendo. O tempo que fazia lá fora era irrelevante, mas a educação da forma gentil sempre causa impressões.

Sem sugestões, a mente parecia estar descansando, mesmo que sem querer, apenas se permitindo ouvir os ruídos aleatórios que vinham de todos os cantos. Longas pausas se faziam entre palavra e outra, mas estas eram apenas um artifício de fazer passar o tempo.

Passou o tempo, 70 vezes, desde ontem. A música do recente passado faz-se sonora, mesmo quando sobrevive por 70 vezes o tempo.

Bem por aí, nessa altura do pensamento, alguma lembrança de tirar o orgulho de qualquer camarada passeou pela lembrança de alguém, e veio o pensamento de que a tinta envelheceu no papel, e que sempre há um porém para me levar a algum lugar distante das realidades tão bem desenhadas.

Foi-se embora a menina de sorriso aberto, deixou dúvidas, como sempre soube deixar, mesmo sem saber de um quase absoluto nada.

Agora o rio inunda seu leito, antes tão pálido e monótono, o rio veio preencher com sua riqueza a palidez de tantos dias brancos, como o açúcar do teu afeto.

Jean Michel
Enviado por Jean Michel em 29/11/2012
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