Vazio De Si

A estagnação faz secar as lágrimas, outrora. Difícil é saber quando limpar os olhos, a sublimação canaliza impulsos. É lamentável não ver nada no lugar, resistir vem a calhar quando inúmeros tambores fazem barulho ao redor. Será que vale a pena se esconder e perder o mais precioso valor que lhe sustenta? É difícil admitir enganos, seria admitir a si mesmo? Bom, vejo ser uma saída conveniente se de qualquer forma nada retomará mesmo ao seu lugar. E qual seria o lugar certo? Há lugar para tanta coisa? Tudo se estreita e amplia quase ao mesmo tempo. Amplia a ignorância, estreita-se a confiança, pouca coisa se adéqua. Até que se encontra um apoio, tudo parece não ter forma de se apoiar. As mãos que te guiam, sem saber subitamente se fecham, e então começa os passos na lentidão. Será possível que há qualquer coisa que se pareça com menos. Menos ‘EU’, menos disfarces, menos apatia. De qualquer forma, o desejo está contido em algum canto ou guardado no ‘Recanto’, a solidão, a dor, incompreensão, desamores, todos os desdéns. Às vezes, o vazio que nem as palavras conseguem expressar, toda a singularidade, todo o verbo de se conjugar. Se deixa as cinzas de algo que queima lentamente, o leve vento que sopra mantendo acesa a chama. E no reencontro de si mesmo, sozinhos, voltando pra dentro de si como sempre esteve.

adiv
Enviado por adiv em 15/12/2012
Reeditado em 15/12/2012
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