fantastico e extraordinario

Você pode caminhar pelas ruas de Londres, repetindo os passos de T.S. Elliot ou se perder em uma odisséia nas ruas de Dublin, como fez James Joyce. Pode conhecer os terreiros de Candomblé da Bahia de Jorge Amado ou os Pampas de Érico Veríssimo. Você pode tomar porres de absinto nos bordeis e cafés parisienses, como fizeram Arthur Rimbaud, Paul Verlaine e Baudelaire. Você verá que nestes lugares, não existem peculiaridades. Apenas o fato, de já terem sido freqüentado por grandes homens. Na realidade a passagem dos homens pela terra é efêmera e insignificante. Os lugares que foram palcos da vida destas exceções sobrevivem á vida dos homens e tornam-se referencia histórica. Para fazermos parte desta memória de civilização, è necessário que se extrapole a mesmice cotidiana. Precisamos transformar nosso dia a dia em algo excepcional. Jamais venceremos a morte, mas podemos ludibriá-la. Podemos ficar vivos para sempre nas nossas obras e nos lugares que freqüentamos. Para sermos dignos de estarmos vivos, temos que treinar nossa habilidade de fazer do cotidiano, algo estonteantemente fantástico e extraordinário.

milimetro
Enviado por milimetro em 09/03/2007
Reeditado em 19/12/2007
Código do texto: T406426
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