Dá pra esquecer por uma noite

Hoje eu quero esquecer essa rotina imutável, sem brilho e sem qualquer senso de humor. E lembrar no que eu pensava que existia sem qualquer rumor. Vejo o quanto é vazio o silêncio do existir, a alma perdura e recai quase sempre sem nenhum braço a amparar. É angustiante essa apatia que ronda cada passo em busca da indolência que ousa insistir a camuflar um nobre existir que confunde com o fracasso. Sinto um aperto que sufoca o peito querendo explodir a ânsia de estar longe da dor. Uma dor que não é vista nem sentida. E eu que pensei que outrora pudesse viver da chama que acendeu. O que foi que aconteceu? Nunca me vi tão ausente de tudo, sem apreço e valor. Nunca me vi com tanta vontade de esconder do mundo, uma vontade louca de que o mundo parasse pra que eu pudesse gritar e alguém ouvir, apenas um par de sentidos opostos. Menos rumores em volta de mim, menos caras entediantes sem brilho no olhar. Saudade de uma alegria com cor de alegria, com sabor de riso, saudade dos meus passos a flanar. Saudade de mim em qualquer lugar que eu queria ficar.

adiv
Enviado por adiv em 05/01/2013
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