Sermão da atenção

Meu filho tem dúvidas. Dúvidas constantes. Há uns cinco minutos, quis saber o que era “chamar atenção”. Eu, obviamente, me enrolei pra responder. Acho fantástico poder ajudá-lo a descobrir o mundo, as palavras – minhas melhores companhias. Só que, por vezes, o que eu quero é que ele me ajude a descomplicar essa vida.

É, filho! Você ainda não lê, nem pode compreender coisas de gente aparentemente grande. Talvez, um dia, nem acredite que me fez tantas perguntas. Mas, se disser que eu estou inventando, ponho de castigo (risos).

Fiquei pensando na pergunta e na resposta meio rasa que improvisei. Na verdade, chamar atenção (da maneira errada) é o que muita gente deseja. Da minha forma exagerada de enxergar as coisas, poderia dizer que chamar atenção é a primeira meta da listinha de muitos. São todos uns vazios. Uma ameaça à incolumidade pública. Os egos ultrapassam suas sombras, seja qual for o ângulo. E, pra chamar atenção, machucam pessoas, infringem normas, desprezam valores e sentimentos, fazem coisas terríveis.

Todas as noites enquanto te olho dormir, meu anjinho inquieto, peço a Deus que te livre dessas pessoas que, inevitavelmente, irão cruzar o seu caminho. Não posso te privar desses encontros, embora queira. Também não poderia te dizer isso tudo; não agora. Porém, vou guardar esse texto e a resposta mais elaborada para um momento propício. E, de uma forma bonita, vou despertar sua atenção para a beleza da vida. Cada um nasce para o que é (com qualidades e defeitos) e não precisa de nada, além disso, para chamar atenção.

Natália Meneses
Enviado por Natália Meneses em 08/01/2013
Código do texto: T4073633
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