O divino: uma realidade social

Distante de tentar um consenso sobre a ideia da divindade, mas nesse texto tenho como proposta a análise da ideia do divino a partir de uma realidade que considero menos metafísica e mais sólida, a realidade social. Os debates acerca do tema, ainda recai em ideologias e crenças que não são comuns (as vezes, mesmo que não assumida, para um bom observador fica claro inclusive que são mais comuns do que os seus lados opostos imaginam), mas analisar a partir de seus efeitos sociais, políticos e culturais é ainda a maneira mais concreta de pensar o divino.

Pensando nessa relação como entre o divino e social, os tabus e princípios que estão intrinsecamente relacionados é uma das maneiras objetivas de se notar o efeito do divino. Para isso nem necessita uma análise sobre a origem do divino (o que de fato nos deve dar mais conhecimento sobre os tabus), mas ver o comportamento na sociedade contemporânea já contribui para a discussão do tema. Analisemos o tema da prática religiosa e como isso divide de maneira clara a sociedade em grupos (divisões também influenciadas por outros fatores que não só o divino) e determina os comportamentos e os códigos de interações entre esses grupos que passam também a disputar direitos no âmbito político. O caso da sexualidade a posição de entidades como a igreja intervindo em novas modalidades de gênero na sociedade contemporânea ou não intervindo como as religiões afro. Voltemos um pouco à Idade Média e analisemos a mudança comportamental e a caçada às “bruxas” e não basta ir muito longe para se chegar a conclusão que é um desdobramento religioso no espaço social. Não esqueçamos do divino como uma realidade científica, a filosofia e até mesmo a física contemporânea trilha por muitas vezes a partir inclusive da negação de um divino, até mesmo a negação é um principio de criação e efeito nas ciências. Lembro uma vez ter ouvido falar sobre os meninos que nascem anãos em tribos africanas e que por terem nascido com essa diferença da maioria dos meninos ele é executado, pois os anjos (assim como são considerados os anãos) não devem sobreviver, nesse ponto, vemos a influencia concreta novamente do divino na sociedade.

No mais, discutir o divino como uma realidade é mais uma vez tentar entender o conflito no meio social por outra perspectiva e saber até que ponto os princípios religiosos estão em consonância com a sociedade que não parece mais ter suas relações somente calcadas em preceitos religiosos.

Jonatha
Enviado por Jonatha em 08/01/2013
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