Enxaqueca.
Enxaqueca.
Minhas perturbações sensoriais variáveis.
Acalento-me com cantiga de ninar, coisas
imaginárias, minha ficção, meu romance.
Sou casado, mas não por muito tempo
Tento um divorcio a tempo. Às vezes ela
me dá um tempo, depois de uma aspirina.
Ai, quem assume é a evacuação freqüente.
E o ciclo se repete em meio à fragilidade
do retrocesso embolado sensível da minha
Barriga... Como domador de leão, arrisco
em uma tacada, o repouso obrigatório que
às vezes é interrompido com um ou dois
telefonemas que não são atendidos.
Não são insistidos, não são urgentes...
Trata-se apenas de saudades, que dos
males não tem... Que bom... Nesse momento
ela parece convencida a separação definitiva.
Sinto uma sensação de dever Comprido.
Para não lembrar, desfaço, me alimento com
o que tem de melhor. Subo relaxo, jogo dardo.
Abro uma latinha, sorrio e volto para o ninho.
É chegada à hora de mais musica de ninar...
Depois de três ou quatro horas de relaxamento
mental e corporal a danada vai alugar seus
trabalhos a quem dele esteja aberto à nova moradia.
Respiro fundo, rezo, agradeço a Deus mais um dia,
tomo banho, troco de roupas e Viajo em busca de
dividendos pra comprar outra aspirina.
Escrito em 21 de Janeiro de 2013 por Orlando Oliveira.
Obs. O que vale é a criação do texto, pois graças
a Deus não sofro de enxaqueca.