Ser ou não ser

Ainda ontem me deu vontade não mais ser quem tenho sido

De repente não vi mais graça nas luzes que enfeitavam a praça

Nem nos papos jogados ao vento...

Deu vontade sair, sem explicar a minha ausência,

De correr sem olhar para os lados, de me trancar

e não olhar mais para

Os amigos que considero...

O vento me incomodou, o som me incomodou, as vozes

indecifráveis fez mais sentido

Do que todas as outras.

Como se as faces conhecidas se desfigurassem perante mim

E todo valor adquirido de tempos não mais valiam um tostão.

Respirei, pensei e conclui... Tudo passa...

Todos os momentos passam...

O que fica de pé é a vontade de ter vontade

boas sempre que as más aparecerem.

Sou um pouco de todos, sou os seus pedaços que você jogou fora

Sou o fim da sua voz cansada, sou a complexidade exposta,

sou tão somente Eu.

Neste instante quero continuar sendo quem tenho

sido e não me importar com o que

todos pensam, vou continuar sendo Eu.