Memórias de um passado distante

Ouvindo o meu irmão brincar e sorrir no ápice de sua alegria com o pequeno cãozinho que adotamos de estimação, acabei por sentir certa melancolia relacionada a infância, as brincadeiras perdidas. Lembrei também que eu sempre fui o tipo de criança que costumava brincar sozinha, eu tive que aprender a me divertir assim e sem o estímulo de pessoas ao meu redor eu larguei meus brinquedos muito rapidamente e esqueci o que era brincar. Amadureci muito rápido. Fui forçada a isto! E hoje eu me vejo despida de minhas inocências, da minha pueril infância. Recordei de todas as dores, de todas as feridas e opressões que ocorreram em minha vida e uma lágrima de caiu em meu rosto. E ouvindo as deliciosas risadas do meu irmão, eu pensei com certa angustia: eu espero que meu irmão não seja tão ferido nas pedras o quanto eu fui. Não foi algo opcional, mas os cortes na minha pele iam se formando sozinhos e tenho cicatrizes até hoje. Por sorte encontrei pessoas que me trouxeram remédios para que ocorresse, ao menos, a coagulação do sangue e hoje não sinto as mesmas dores do passado e desenvolvi anticorpos poderosos contra isto. Antes eu estava completamente indefesa.

Estas são as minhas recordações. Dentre todas as guerras em que já presenciei, dentre todas as tragédias que já vivi, estas são as minhas lágrimas. Dentre a cachoeira de sangue no decorrer da história, aqui está o meu. E por toda esta experiência que não traduz a minha idade estas são as minhas palavras. Busquem ser bons! Estamos em uma nova era e já tivemos destruição o suficiente no passado.

Stéphane Fernandes
Enviado por Stéphane Fernandes em 24/02/2013
Código do texto: T4157361
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