Quando a tempestade passa por despercebida.

Como no início, a chuva caia sem pressa de parar.

O relógio preguiçoso parecia não andar entre uma visita e outra, mas corria depressa assim que se fazia presente, e nesse ritmo seguiram dias, semanas, para que um encontro antes dando impressão de inevitável se tornasse tão longínquo quanto a realidade que vivo sonhando para nós.

Sem cerimônias apresentou-se, deixou claro o que queria e aguardou tão impacientemente quanto eu mesmo para que a próxima cena viesse a nós.

Fez-se ávida, mas transparecia uma calmaria quase que inacreditável.

Deu-me tantas pistas, que se tornou impossível acreditar que estaríamos vibrando numa mesma sintonia, apesar da enorme diferença que havia entre nós.

Aqui estou e aqui espero os quinze intermináveis dias que impedem meus olhos de dizer aos teus o que eu já havia dito em pensamento inúmeras vezes.

Jean Michel
Enviado por Jean Michel em 28/02/2013
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