O Médico do Século XXI: Uma Abordagem Multiprofissional

O médico na atualidade é um profissional especializado, que lida com as pressões por redução de custos, impostas pelas empresas para as quais prestam serviço, com a pressão da precisão e perfeição, com as mudanças da mentalidade da clientela que valoriza de maneira exagerada a especialização da medicina e o uso abusivo e exponencial da tecnologia, criando um cenário perverso para todos.

A transformação que o médico na sua prática atual passa, mudança do seu status quo, deixa de ser na prática um profissional liberal e vive um assalariamento, são prestadores de serviços para as empresas de seguro saúde, medicina de grupo, cooperativas ou empresas de auto-gestão, isso traz profundas modificações paradigmáticas, fazendo com que mais de 60% dos médicos tenham jornadas de trabalho superiores a 72 horas semanais, atendam em seus consultórios mais de 40 pacientes em oito horas e com isso abre espaço para conversar menos e solicitar mais exames.

No sistema atual, caracterizado por uma equipe multiprofissional, o médico é visto como o profissional “porta de entrada” do paciente, responsável por diagnosticar a doença e passar as informações essenciais para o tratamento. Neste ponto, existem algumas divergências, parte dos profissionais que compõem uma equipe multiprofissional considera o tratamento de responsabilidade do médico, mas executado conjuntamente com outros profissionais; enquanto que outros acreditam que é uma ação complementar dos diferentes profissionais e cada um terá sua responsabilidade sobre ele, desmistificando, assim, a ideia de superioridade da classe médica.

Quanto à divisão do trabalho em saúde, entende-se que a prática dos médicos é fundadora da técnica científica moderna na área da saúde e, portanto, núcleo original do qual outros trabalhos especializados derivam. As diferenças técnicas dizem respeito às especializações dos saberes e das intervenções, entre as variadas áreas profissionais. As desigualdades referem-se à existência de valores e normas sociais, hierarquizando e disciplinando as diferenças técnicas entre as profissões.

É necessário que haja um vínculo de dependência recíproca unindo os membros da mesma equipe aos outros profissionais, pois, não pode existir uma boa atuação médica sem o apoio efetivo de enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos dentre tantos outros que não só auxiliam mas tem papel fundamental nos momentos pré hospitalares, de tratamento, recuperação e reabilitação. A “união” das diferentes percepções facilita a compreensão do todo, permitindo vislumbrar o paciente na sua totalidade, e visando algo que vai muito além da infantilidade profissional de melhor ou pior, mais importante o menos importante, vai em busca dos juramentos e compromissos prestados que garantem acima de tudo a garantia da saúde do paciente.

Não há falsas importâncias que não esbarrem ou desabem frente à realidade e compromisso daqueles que desejam o melhor para seus pacientes.

Um novo século, para uma nova mentalidade bem abaixo dos Quase Deuses de outrora e prostrada para os meramente, e igualmente humanos.

Arthur Luz e Avênia Jussara
Enviado por Arthur Luz em 03/03/2013
Reeditado em 18/03/2013
Código do texto: T4170038
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