SOU A MISÉRIA QUE ATORMENTA
SOU A MISÉRIA QUE ATORMENTA
Eu sou a miséria que flagela,
Filha do egoísmo dos homens!
Corro por becos e vielas,
Entro por frinchas, portas e janelas,
Falam de mim, em jornais e revistas!
Tenho muitas filhas tenebrosas,
Que sempre as estou a alimentar!
Sempre alimento mentes vaidosas,
Não gosto de pessoas caridosas,
Encorajo os homens a roubar!
As guerras e os teimosos alimento,
Para a fome poder alimentar!
Os vícios e a miséria sustento,
Quanto ao crime, dou consentimento,
Criar a confusão, eu vou continuar!
A miséria, não é só fome de pão,
Tem fome, que oiça seus lamentos!
Pois, cada vez há menos educação,
Menos sem emprego, que situação,
Tudo gera miséria e falta de sustento!
A miséria, dá à luz a crueldade,
Que se alimenta do ódio doentio!
A filha da miséria, é a promiscuidade,
Alimentando-se esta, da falsidade,
E poderia citar mais, de fio a pavio!
Mas para quê chamar a atenção?
Com egoísmo, vivem e deixam errar!
Dizem que tudo, então será em vão,
A miséria, não gosta de instrução,
Sem instrução é mais fácil governar!
J. Rodrigues 08/03/013