Há tanto me via mais "feliz"

E há algum tempo eu me via mais feliz, ou tinha a ilusão de tal. Porque eu era sim, a garota engraçada que fazia os professores de idiotas, quando hoje eu percebo que a idiota era eu. Eu era a garota que fazia graça de tudo e de todos, e hoje eu percebo a diferença entre rirem comigo e rirem de mim, percebo que quem ria comigo, não estava lá na hora de chorar. Eu era a garota que achava que ia ser uma garota pra sempre, mas hora ou outra a gente tem que aprender a ser mulher, a ter responsabilidade e parar de responsabilizar, a rir na hora de rir, e até mesmo quando supostamente é hora de chorar, a garota passou a ser mulher, mulher o bastante pra aprender a respeitar se o que deseja é ser respeitada. Eu era sim, a garota que achava que tudo era fácil, que a vida era fácil, e que facilidade era sinal de felicidade, mas o que vem fácil, como dizem, vai fácil, e o difícil ás vezes nem vem, você simplesmente tem que busca-lo, merecê-lo, fazer por onde. O fácil de hoje, torna-se a maior dificuldade do amanhã, e amanhã nada mais é fácil, e o difícil parece simplesmente inalcançável. Eu era sim a garota que acordava a hora que queria, e queria resultados, a garota que não se sacrificava por nada, e acabava sacrificada em tudo. E hoje, quando me olho no espelho sinto essa mesma garota aprisionada, clamando por liberdade, para me dar liberdade, e eu digo não, não mais, mais não. Dar ouvidos à razão, ser, e não apenas estar, ser, viver, não existir, apenas existir. Ser, e tão somente ser, não ser, deixar de ser, não voltar a ser, a ser o ser que há tanto fui. Seres humanos dividem-se em seres, e humanos, e apenas ser, não é o suficiente, já foi, ou na verdade nunca foi, nem nunca será.

gmcr
Enviado por gmcr em 12/03/2013
Código do texto: T4185210
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.