Dádiva

De vez em quando alguém me pergunta por que dei ao meu blog o nome de “Blog do Quixote”.

Ele ganhou esse nome não só por causa do meu apresso pelo fidalgo De La Mancha, mas também por causa do meu fascínio por moinhos de ventos e por “Dulcinéias”. Sempre fui adepto dos amores platônicos, tendo assim, meu coração fixado numa pessoa difícil (ou até mesmo impossível) de conquistar. Essa nova versão de carrossel me faz lembrar minha trajetória de amor dedicado a algumas “Marias Joaquinas” ao longo de minha vida.

Assim como o velho Quixote eu já saí muito em “aventuras” em nome de uma donzela que nem se quer fazia ideia, ou fazia, de que meu coração lhe pertencia. Foram muitos atos realizados, presentes dados, versos compostos, palavras ditas, enfim, muitos foram os esforços no intuito de conquistar o coração da dama amada. No entanto, como diz o Ivan Martins “toda vez que eu insisti com quem não estava interessada deu errado. Toda vez que tentei escalar o muro da indiferença foi inútil. Ou descobri que do outro lado não havia nada”. E todos meus esforços sempre acabaram comigo de coração partido, trancado no quarto ouvindo música romântica do estilo mais corta pulso possível.

Apesar dos conselhos dos amigos e até mesmo do que dizia minha razão, sempre optei pela insistência, afinal, estava ouvindo a voz do coração. E para mim (algumas pessoas se dão bem) o fim sempre foi o mesmo: coração partido, choro e trilha corta pulso. E isso me fez começar a abandonar meu jeito Quixote de ser e a deixar de acreditar em histórias de amor (que fique claro que não estou falando das histórias de contos de fadas que vemos na mídia, nessas, eu nunca acreditei e não acreditarei) e a nem mais querer viver algo assim.

Toda essa minha trajetória me fez ganhar outro adjetivo: otário. Mas todo esse cenário mudou quando em 2012, no meio de um sertão emocional recebi dos “céus” uma dádiva. Uma dádiva que me fez ver que “ser amado de graça, por outro lado, não tem preço. É a homenagem mais bacana que uma pessoa pode nos fazer”. Eu não tinha nada para dar. Sem ânimo. Por isso a chamo de dádiva, pois a recebi de graça para me fazer sorrir, me fazer entender que a vida é muito mais que simplesmente respirar. Dádiva que veio para me fazer crescer, aprender, acreditar, sorrir, amar, seguir em frente. Essa dádiva se chama Elaine. E ao lado dela tem ficado fácil entender este dom que se chama viver.

É por causa dela que agora digo: Muito prazer, meu nome não é mais otário!

Ismael Braz
Enviado por Ismael Braz em 13/03/2013
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