Voar
Esse meu constante hábito de me agarrar desesperadamente às ilusões, tem me tornado vítima de mim mesma. Analisando com cuidado doentio, ensimesmado, notei que essa proposital falta de maturidade, essa teimosia quase imbecil, é (e sempre foi) nada mais do que o meu consentimento para que o sofrimento venha me fazer visitas regulares.
Sim, é chegado o momento de amadurecer. De tirar as lentes cor-de-rosa e enfrentar, de peito aberto, sem armaduras, sem máscaras (aquelas que todos usamos), o mundo com toda a sua crueza e, com toda a sua crueldade.
Ter contato com toda a sujeira, iniquidade, e, ainda assim, manter intácta a pureza da alma. Eis o novo e verdadeiro desafio. Matar o falso e fraco ser interior, sem matar a verdadeira essência, aquela que é pura, e aquela que jamais permitirei que deturpem.