A tristeza, a dúvida e somente uma certeza do meu coração.

Escrevo aqui trazendo imenso sentimento de solidão e apavoro.

O que fazer? Qual direção seguir?

Essas perguntas tem me causado intensos calafrios.

A minha ansiedade me põe em situações de risco, me leva ao imediatismo, o que sempre me traz consequências ruins.

Pois bem, até ano passado, onde eu me preparava pra passar no vestibular, ainda com um pouco de tristeza, eu tinha sonhos. Tinha vontade em fazer as coisas, em querer algo mais, em sonhar, em desejar.

Passei no vestibular para o que até então eu queria: Letras.

Após passar, eu percebi que o curso não abordava assuntos nos quais eu queria futuramente trabalhar, que era com edição de textos. O curso abordava somente a história da literatura, e praticamente nenhuma matéria de ortografia. O que me deixou um tanto irritada e me deu a explicação de o por quê de tantas pessoas não saberem, de fato, a língua portuguesa. Mas este já é um outro assunto, digno de um outro texto.

Fiquei completamente perdida. Até o meu desejo de trabalhar com edição de textos foi posto em suspensão. Como o meu pai nunca quis que eu fizesse Letras e sempre me tendenciou para o Direito, pesquisei sobre o curso, as áreas que eu poderia atuar e resolvi, por impulso, fazer.

Estou praticamente na minha quarta semana de aula e já por muitas vezes eu me peguei pensando se é justamente isso que eu quero. O direito é uma área linda, lidar com a justiça e com os direitos e valores do ser humano é um privilégio. Porém eu ainda não me vejo advogando e nem atuando em qualquer outra área. E tudo dentro do direito pra ser bem sucedido, precisa de muuuuuuuito estudo. A prova da OAB para advogar ainda é fichinha perto dos concursos públicos para juízes, promotores e etc.

Tenho uma dificuldade imensa na interpretação das leis, o que me deixa bastante preocupada.

Por vários momentos eu me pergunto se devo continuar com o curso, se devo esperar até o final para ver se é isso mesmo que eu quero. Eu não sei como vou estar daqui a 5 anos quando for prestar a primeira prova da OAB, mas sei que hoje não me encontro em condições psicológicas para me preparar.

Me pergunto se um dia ainda vou ter o prazer de dizer: ''eu faço o que eu gosto.'' Não quero acordar todos os dias não sentindo prazer em exercer a minha profissão.

Minha mente é um buraco obscuro, onde toda linha de pensamento hoje se perde, todas os meus sonhos hoje foram postos em suspensão e caíram num abismo, e o medo de tentar começar tudo do zero pela chance de continuar tudo igual é muito grande.

Resta esperar. Esperar pelo quê? Ainda não sei. Mas talvez por uma resposta, que venha do além... ou do infinito... também não sei ao certo de onde.

Neste momento, só sei de uma coisa: tudo o que eu sei é que não sei.

Gabriela Barbosa
Enviado por Gabriela Barbosa em 19/03/2013
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