Confissão

Eu amo as pessoas. Amo-as de minha própria maneira, do meu jeito torto e indefinível. Quero abraçá-las, dizer o quão belas todas são, quero rir, quero tirá-las pra dançar, quero guardá-las num canto inalcançável do meu eu. Mas é tão difícil. Elas vão embora, dão-te o gosto desse amor bobo, inocente e simplesmente partem. Deixam infinitas marcas em ti, lembranças, esperanças, um pouco de tudo - de bom e ruim. No fim me vejo sempre no mesmo local, um quarto vazio, com nada mais do que um espelho. Um espelho cruel, tão nítido como a água fria, que grita e faz ecoar nessas paredes a realidade. Você está sozinha. Nasceu para estar, para deleitar-se com as vozes alheias e guardar a sua para um sonho, um devaneio maldito. Mas tu, louco alguém que compartilha tal estúpida sensação e pensamento, saiba que te amarei sem fronteiras. Você, seu ninguém, guardarei-lhe aqui, para sonharmos e voarmos juntos noutra dimensão. Você é um, você é todos.

Letícia Castor
Enviado por Letícia Castor em 27/03/2013
Reeditado em 30/10/2014
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