Temos cinco minutos

- Não acha que perdermos muito tempo?

- Há tempos estamos perdendo tempo.

- Concordo.

Daquele momento em diante, o mundo parou. De repente, as ondas próximas pararam de murmurar, a música parou de tocar, os carros já não buzinavam mais... Apenas olhos se encontraram naquela iluminada rua que se fez penumbra, nuvens turvas, semelhantes a criaturas humanas, lhes rodeavam.

Mar verde, cristalino aquele... Enfeitado por conchas brancas, rosáceas multicolores, convidava para um mergulho, uma busca pelo desconhecido.

Ao sentir a proximidade, doces cheiros invadiam e brincavam com seus cabelos. Quente, morno, macio, lento e molhado, aquele mar invadia sua alma.

Aquele mar em cinco minutos reduziu-se em um copo de água, água doce. Sim, porque é a água doce que mata a sede.