Opira dî Pupi

Viver distante de si mesmo

é viver morto de vida,

é desconhecer suas próprias feridas

e o prazer de ser feliz.

É viver distante da alma,

distante de paz e de calma,

com medo de ser infeliz.

É amanhecer tristonho

e a si mesmo não dar bom dia,

e no dia-a-dia não sorrir.

É estar altaneiro consigo,

dividido entre o sim e o não,

é se encher de perguntas,

e de respostas que se esvão.

Ser ou não ser?

Ter ou não ter?

Amar ou não amar?

Agradar ou não agradar?

Eis as questões que

nos fazem viver em utopias,

em confusões confusas

e em verdades não absolutas.

E assim não se consegue ter o não tido,

amar o não amado e agradar o não agradado,

tornando-nos como marionetes sicilianas

no palco do mundo

e no palco da nossa própria vida.