Prólogo sobre crenças

Cresci numa família evangélica, a qual prefiro chamar de protestante. Permaneci na Igreja até os meus dezoito anos, quando sai e fui para o convívio do catolicismo. No catolicismo eu aprendi poucas coisas, a maioria eu já havia aprendido enquanto estudava sobre a mesma, da mesma maneira que estudei sobre os mórmons, as testemunhas de Jeová, os espíritas, os muçulmanos e até mesmo os hindus. Aprendi apenas a fazer alguns gestos simbólicos e a ver como, com o tempo, os católicos estavam tentando se aproximar o máximo possível, sem romper com a crença em santos, dos protestantes.

Quando sai do protestantismo muitos vieram atrás de mim dizendo para eu rever meus conceitos. Frases do tipo “você conhece o caminho certo, mas escolheu o errado” ou então “Jesus está voltando e você vai ficar” começaram a fazer parte do meu cotidiano (e ainda fazem). As pessoas olham para mim e parecem sentir certo remorso ou até mesmo medo. Não sou o tipo de pessoa que sai atacando crenças sem ter uma razão. Antigamente eu era do grupo que acreditava que discutir religião era um Tabu, mas a medida que a crença foi tomando proporções gigantescas e fazendo com que as pessoas se voltassem para um misticismo extremo, vi que a ciência corria um sério risco de perder seu lugar para essas crendices (um exemplo é a cura quântica ou a astrologia).

Não me preocupo em dizer se Deus existe ou não existe, prefiro atacar aqueles que tentam manipular a ciência de maneira a dar base para suas crenças (eles preferem manipular uma evidência do que aceitar que a Bíblia não é a palavra de Deus, ou que a mesma não pode ser tomada para responder questões científicas). Existe uma obscuridade presente na mente dos religiosos, uma obscuridade que faz com que eles pensem que o deus que eles seguem é o único deus verdadeiro e que todo o resto do povo está caído na ignorância. Vemos muitos atentados ocorrendo devido aos diversos tipos de crenças. Pessoas sendo mortas por outras pessoas simplesmente porque escolheram não seguir o mesmo deus. O próprio deus judaico-cristão foi responsável por mandar matar todos os pagãos que habitavam em certa região (todos mesmo, até crianças e velhos). Hoje, os mais de dois bilhões de cristãos não enxergam essa matança como algo ruim, mas como uma espécie de milagre. Essas passagens são lidas nos templos religiosos até hoje e ninguém sente um remorso de saber que o deus que seguem foi responsável pela morte de inocentes. Pelo contrário. Os seguidores do deus judaico-cristão confiam que ele é o único deus verdadeiro. Em alguns casos, até aparentam não serem extremistas quando dizem que não é a igreja que leva para o céu, mas sim a crença em Jesus. Mas nunca vi alguém que diz isso abandonar sua crença ou aprovar a mudança de igreja, como deixar de ser protestante e virar um católico ou vice-versa. Carregamos um gene de maldade, um gene que repreende tudo o que vai contra aquilo que foi implantado em nossas cabeças. A maioria tem medo de questionar, pois tem medo de conhecer a verdade. Preferem ficar reclusos na obscuridade da crença em um deus autoritário que condena caso alguém pense contrário. É mais fácil acreditar do que querer saber. A religião foi modelada por homens, que dentro de suas crenças criaram um deus à sua imagem e semelhança.

Jonathan Quartuccio
Enviado por Jonathan Quartuccio em 23/04/2013
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