Um-Entre-Tantos

Eu aguardo em silêncio

Todos eles me olham... Olhares punitivos

Eu andava nu, vestido apenas com a verdade

Simples demais para os olhos que viram as bombas iluminando céus

Eu despertei ódio neles

Porque tudo o que eu sou, é tudo o que eles são

Eu mostrei amor a eles

Através da renúncia, através da emancipação da existência

Eu fui caminhando cambaleante

Errando de luz em luz até mastigar a escuridão

Explodi como uma supernova

Gerando versos que eles usariam como cobertor na noite fria

Eu não tinha medo deles

Era um deles, e eles sabiam

Seus olhos encharcados, vislumbravam a virada de uma era

A mudança esperada, um mundo novo se formando no âmago da nossa dor

Os demônios que enfrentei na ausência de vida

Eram prerrogativas de uma vida inconsistente e supervalorizada

O que mais poderiam fazer, a não ser temer?

Ao som da manhã, todos nós caminhamos pra morte

Levantaram bandeiras, símbolos forjados na irrealidade de uma ética venenosa

Crianças puras, bebendo o vinho amargo do preconceito

Se existe um inferno, junte-se a todos nós

Cavaleiros inglórios, soldados marcados... Um-entre-todos

Tomverter
Enviado por Tomverter em 28/04/2013
Código do texto: T4264274
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