Diga
A sala parece morta. A TV ligada, mas sem som. De qualquer modo, ninguém assiste. Um velho amigo, dormindo tão delicadamente no chão da sala. Eu não quero dormir. Os únicos sinais de vida que não se foi: A respiração desse amigo no chão; um "tiquetaque". Os meus pés que não param de se mexer. Ou é a música nos meus ouvidos, ou impaciência. Ansiedade. Chame como quiser.
Tantas coisas tem passado nessa minha cabeça. Parece que as horas viraram dias para tanto pensamento. Eu queria que o telefone, ou um mísero assobio invadisse a sala, sem educação, sem pedir licença. E se você não se sente mais bem com nada disso tudo, apenas diga. Eu prometo sair. No máximo haverá uma ou duas frases, isso se houver algo a ser dito. E eu vou. E o resto será apenas meu...
*Ouvindo "Babylon" (Angus & Julia Stone)
Rio, 30 de abril de 2013.